O presidente Gustavo Petro fala sobre sua relação com os Estados Unidos após sua viagem à China: "Ser um pária é coisa do passado."

O presidente Gustavo Petro, que encerrou sua visita oficial à China nesta sexta-feira, concedeu uma entrevista à televisão chinesa, na qual afirmou: " Acho que essa posição de pária e de ser secundário em relação aos Estados Unidos é coisa do passado".
O chefe de Estado usou essa frase para se referir ao descontentamento do governo dos Estados Unidos com seu homólogo colombiano sobre a adesão do país à Rota da Seda.

Petro na China Foto: Juan Diego Cano. Presidência
Em declarações à CCTV da Televisão Central da China, Petro afirmou que todos os aspectos das relações internacionais devem ser considerados. “A transformação da Colômbia está aberta ao mundo”, explicou.
No entanto, ele enfatizou que continua olhando para os Estados Unidos "porque é importante".
O presidente também abordou a questão da migração, argumentando que "a migração do sul para o norte se deve à pobreza no sul".
Petro afirmou que "o diálogo entre civilizações é a segurança do mundo".
Resumo da visita à China O presidente Petro concluiu sua segunda viagem à China, onde assinou o plano de cooperação da Rota da Seda. A Colômbia formalizou sua adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota e apresentou um pedido de admissão ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a instituição financeira criada pelo bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Petro na China Foto: Juan Diego Cano. Presidência
Durante sua visita ao gigante asiático, na qual também atuou como presidente pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Petro se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping, que, após o encontro, anunciou cinco programas de cooperação com a organização e um empréstimo de 66 bilhões de yuans (35,6 trilhões de pesos colombianos) para impulsionar o desenvolvimento dos países-membros do bloco.
descontentamento dos EUA No entanto, as decisões do Governo não foram isentas de críticas. A assinatura do memorando de entendimento que confirma a adesão do país à Rota da Seda, por meio da qual o governo busca reduzir o déficit comercial de quase US$ 14 bilhões da Colômbia com o segundo maior país do mundo no curto prazo, gerou uma reação imediata dos Estados Unidos.

Presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: EFE
A decisão foi descrita pelo Departamento de Estado dos EUA como “contraproducente e decepcionante”. Além disso, a agência federal indicou que vetará "projetos recentes e futuros desembolsos do BID e outras instituições financeiras internacionais para empresas estatais e controladas pela China na Colômbia" e "em outros países da região", levantando dúvidas sobre o financiamento de projetos como o Metrô de Bogotá.
Sobre o acordo, é importante mencionar que ele não gera obrigações legais e estabelece expressamente que não será utilizado como base para reivindicações internacionais ou para interpretação de outros tratados. Entre os objetivos específicos do acordo — o memorando de entendimento assinado entre os dois governos define 11 áreas temáticas — ele aborda especificamente a cooperação em infraestrutura, comércio, transferência de tecnologia, inovação e energia limpa.
A viagem internacional do presidente Petro continuará em Roma, onde ele tentará se encontrar com o Papa Leão XIV. Na sua ausência, o ministro da Saúde, Guillermo Alfonso Jaramillo, assumirá as funções presidenciais.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS EDITORIAL
eltiempo